quinta-feira, 12 de junho de 2014

Sobre o improvável

Foi pelo canto do olho esquerdo que eu comecei chorar na segunda vez em que nos abraçamos. Eram lágrimas para as coisas que estavam por vir e que eu não sabia mais que existiam (se é que haviam existido algum dia).

Aquele braço nas minhas costas e o peito contraindo o meu abriram instantaneamente caminhos e preencheram lacunas. A sua pupila atenta e dilatada meio que denunciava que os meus mecanismos de defesa, usados sempre para repelir tudo e todos, seriam completamente ineficazes. Eu não desconfiava que alguém seria imune ao limbo triste que existe no jeito que aprendi a amar e a repelir o amor.

Você respondeu tacitamente todas as minhas perguntas. É fato que a sua chegada trouxe tantos outros questionamentos. A diferença é que agora eu não me importo tanto com as respostas, prefiro usar o meu tempo com você.

De todos os improváveis da minha vida, te (re)conhecer e (re)encontrar foi um dos mais bonitos. 

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