Foi pelo canto do olho
esquerdo que eu comecei chorar na segunda vez em que nos abraçamos. Eram
lágrimas para as coisas que estavam por vir e que eu não sabia mais que
existiam (se é que haviam existido algum dia).
Aquele braço nas minhas
costas e o peito contraindo o meu abriram instantaneamente caminhos e
preencheram lacunas. A sua pupila atenta e dilatada meio que denunciava que os
meus mecanismos de defesa, usados sempre para repelir tudo e todos, seriam
completamente ineficazes. Eu não desconfiava que alguém seria imune ao limbo
triste que existe no jeito que aprendi a amar e a repelir o amor.
Você respondeu tacitamente todas as minhas
perguntas. É fato que a sua chegada trouxe tantos outros questionamentos. A
diferença é que agora eu não me importo tanto com as respostas, prefiro usar o
meu tempo com você.
De todos os improváveis da minha vida, te
(re)conhecer e (re)encontrar foi um dos mais bonitos.
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